Jornalismo e ativismo interfaces do modelo web 2.0 na abordagem da cobertura Mídia Ninja

Jornalismo e ativismo interfaces do modelo web 2.0 na abordagem da cobertura Mídia Ninja

O jornalismo chega a uma nova fase, onde a produção e distribuição de informação não necessitam mais dos processos editoriais da grande mídia. O novo modelo de comunicação, web 2.0 ou jornalismo 2.0, ganha força com a popularização das tecnologias digitais voltadas para as relações sociais. O cidadão hoje passa a ser não somente consumidor de informação, mas também produtor dela. Com um celular e acesso a internet em pouquíssimos instantes uma publicação pode ganhar visibilidade e se disseminar na rede com tamanha e absurda velocidade e acessibilidade. Desta forma passa-se a criar uma teia de informações, com vários pontos de vistas constituídos pelos próprios atores implicados na notícia. Sendo assim o cidadão passa a receber uma matéria bruta, do qual ele retirará a informação a qual se identifica e a partir dali constituirá seu ponto de vista sobre determinado assunto.

Essa nova ferramenta de informação que é a rede social, traz para nós a perspectiva do processo de construção da informação. O papel do Jornalismo é servir a sociedade e desta forma deve dar voz e vez a mesma. Tal atitude e modelo de comunicação se vê bem aplicado aos jornalistas do Mídia Ninja, os quais se propõe a produzir conteúdo noticioso a partir de narrativas independentes, de pontos de vistas variados, sem a burocratização dos processos editoriais que moldam a noticia de forma a entregar a matéria com um ponto de vista formulado. Saiba mais sobre os Ninja ... 

Segundo Mark Briggs os jornalistas hoje devem intender de tecnologia e usá-la a favor do jornalismo e desta forma criar interfaces para interagir com o receptor e assim despertar nele o interesse pela informação.  Mark Briggs aponta o crescente aumento das demissões de jornalistas de redação, por decorrência das mudanças aplicadas a mesma pela crescente evolução tecnológica dos mecanismos de comunicação e informação. Os Jornalistas responsáveis pelo Mídia Ninja afirmaram no programa Roda Viva da Tv Cultura exibido no dia 05/08/13, que as grandes empresas de comunicação hoje, não utilizam suas tecnologias a favor da comunicação mais imparcial, mais comunitária,  eficaz e a favor da utilidade pública. A crítica dos Ninja é que o modelo não muda apesar da tecnologia hoje oferecer plataformas que ampliem o acesso a informação e desta forma possa implantar um discurso  amplo, sem as burocratizações editorias, empresariais, mercadológicas e partidárias.

Nos anos 2000 os estudos do jornalismo on line brasileiro já apontavam para uma crescente necessidade dos receptores, sobre a necessidade de participar na construção dos produtos noticiosos, apontam ainda para uma melhor receptividade com as hipertextualidades e a multimidialidade nas mídias e veículos de comunicação on line .

“Ao estudar as características do jornalismo desenvolvido para a Web, Bardoel e Deuze (2000) apontam quatro elementos: interactividade, customização de conteúdo, hipertextualidade e multimidialidade”. (Um mapeamento de características e tendências no jornalismo online brasileiro e português, COMUNICARTE, vol. 1, n°2, setembro de 2002, p.159).

A partir desta perspectiva, pode-se avaliar o modelo de comunicação utilizado pelos jornalistas dos Mídia Ninja, como um exemplo, uma base para o que realmente pode-se tornar o jornalismo a partir das inovações tecnológicas e das facilidades de acesso a informações nas redes sociais e nas mídias sociais. Exemplo este que deve ser analisado pela grande mídia, para buscar assim transformar e democratizar suas plataformas e modelos de comunicação.

Sávio Souza e Caio Sena

Referências Bibliográficas

- BRIGGS, Marks. Jornalismo 2.0 - Como sobreviver e prosperar. Tradução: Carlos Castilho. Centro Knight para o Jornalismo nas Américas, Universidade do Texas, em Austin, s/data.
Disponível em: http: //knightcenter.utexas.edu/Jornalismo_20.pdf.

Um mapeamento de características e tendências no jornalismo online brasileiro e português, COMUNICARTE, vol. 1, n°2, setembro de 2002, p.159.

Disponivel em : http://www2.ca.ua.pt/comunicarte/artigos/r02a16.pdf